Nessa segunda-feira, o Diário do Nordeste checou 12 postos, passando por oito bairros de Fortaleza
Pesquisa mostrou que todos os postos da cidade elevaram o preço do diesel ( FOTO: RODRIGO GADELHA )
Após o anúncio do aumento do preço do litro do diesel pela Petrobras, na última sexta-feira (31), vários postos em Fortaleza subiram os preços de revenda do combustível. Em alguns estabelecimentos da Capital cearense, o aumento chegou a R$ 0,50, com o preço máximo do litro do combustível indo a R$ 3,899.
> Frete: ajuste na tabela anunciado até amanhã
Os preços e os aumentos foram registrados em pesquisa direta realizada pela reportagem do Diário do Nordeste nessa segunda-feira (3). Ao todo, foram visitados 12 postos em oito bairros de Fortaleza.
O levantamento também constatou que todos as unidades checadas elevaram o preço cobrado pelo litro do diesel em relação à semana passada. O valor mais alto foi encontrado no posto da bandeira Shell que fica localizado no cruzamento da Avenida Pontes Vieira com a Rua Visconde do Rio Branco. Lá, o diesel era vendido a R$ 3,899 por litro. Curiosamente, o posto vizinho, a poucos metros dali, cobrava dez centavos a menos. Respectivamente, os postos ajustaram em R$ 0,46 e R$ 0,40 os valores em relação à semana anterior.
Já a alteração mais alta foi registrada no posto da bandeira BR localizado no cruzamento das Avenidas Rogaciano Leite e Desembargador Gonzaga. Segundos os dados da pesquisa direta, o estabelecimento elevou R$ 0,50 o preço do óleo diesel nas bombas, passando de R$ 3,39 para R$ 3,89, considerando a passagem da última quinta-fera até essa segunda (3). Em compensação, o preço mais baixo foi encontrado em três postos distintos, revendendo o diesel por R$ 3,65. Dois deles estão na Av. Rogaciano Leite, próximo ao Shopping Iguatemi, sendo um da bandeira BR e o outro, Shell. O último dos três foi encontrado no Av. Barão de Studart, próximo às avenidas Pontes Vieira e Soriano Albuquerque.
No entanto, com o último aumento, não foi encontrado nenhum posto com valores abaixo do preço máximo encontrado na semana passada. Já o preço médio indicado para esta pesquisa direta ficou marcado em R$ 3,764, mais de 20 centavos superior ao calculado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP).
Segundo os dados da última pesquisa semanal da agência, o preço médio da Capital estava no patamar dos R$ 3,508, já sendo caracterizado como o mais caro de todos os estados do Nordeste. O levantamento levaram em consideração 59 postos de combustível do Estado.
A segunda unidade da federação com litro mais caro, Alagoas, ficou bem atrás, com diesel custando R$ 3,466. Assim como o terceiro colocado na Região, Piauí (R$ 3,432 por litro). Os mais baratos da pesquisa semanal haviam sido Maranhão (R$ 3,327) e Paraíba (R$ 3,320).
Estoque e possível greve
A Petrobras ampliou a importação de óleo diesel para fazer frente ao período de crescimento da demanda e também para compensar a queda da oferta da Refinaria de Paulínia (Replan), que opera com metade da sua capacidade, por conta do incêndio ocorrido no último dia 20. Se os caminhoneiros decidirem promover nova greve, como a de maio, a empresa não estará desprevenida, afirmou o gerente-executivo de Logística da Petrobras, Claudio Mastella.
“As notícias não estão claras, se haverá ou não greve dos caminhoneiros. Por enquanto são só especulações”, afirmou o gerente da estatal, destacando que a empresa não faz nenhum movimento de prevenção a uma possível paralisação dos caminhoneiros, atualmente. “A Petrobras não tem que se meter nas discussões (do governo com os caminhoneiros). A gente fica, na verdade, apoiando eventualmente o processo. Mas não se mete em negociação de jeito nenhum”, disse Mastella.
Após participar de evento no Rio, Mastella contou também que está avançada a negociação da Petrobras com o grupo chinês CNPC para que participe da retomada do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e que o esperado é que as conversas sejam concluídas ainda neste ano. Já o cronograma de instalação do gasoduto Rota 3, que interligará o pré-sal ao Comperj, avança juntamente dos projetos de exploração e produção.